quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sabedoria de Criança



Sabe aquela vontade de permanecer na cama após acordar? Pois é, esses dias Rebeca estava assim. A casa um silêncio, só nós duas. Eu fazendo o possível para que ela continuasse dormindo, assim, eu conseguiria fazer mais algumas coisinhas (Quem é mãe entende do que estou falando!). De repente me aproximo da cama e percebo que ela estava acordada com uma carinha de choro. A priori imaginei que ela tivesse tido um sonho ruim, o famoso pesadelo. Aproximei-me e ela foi logo dizendo: - Pensei que eu estivesse aqui sozinha. (Então não foi um pesadelo, ufa!)  E foi estendendo a mãozinha pra que eu ficasse um pouco. O tempo foi passando... brincamos, conversamos, sorrimos, enfim, nos divertimos.  Então eu disse:
- Vamos cuidar da vida.
Já estamos cuidando! – respondeu Rebeca.

Como? – indaguei.
Brincando, conversando... – respondeu ela.
E não é que ela tinha razão? Cuidar da vida não seria cuidar do que é mais importante? E cuidar dos laços não é extremamente significante? Eu costumo me divertir muitíssimo com as crianças. E o melhor, além de divertidas elas são super, hiper, inteligentes e criativas. Infelizmente a rotina, na atualidade, não nos permite passar um maior tempo com os nossos pequeninos. O importante então, não é a quantidade de tempo que passamos juntos diariamente, mas a qualidade desse tempo, ainda que esse período seja pequeno durante todo o dia, ele deve ser suficiente para que ocorram as trocas de olhares, de carinho, para que seja garantido o espaço da brincadeira com os pais, daquela historinha antes de dormir, do DVD favorito da criança, do programa de TV infantil que ela mais gosta, da boneca, do carrinho, do joguinho, enfim, o importante é que tudo isso encontre espaço reservado na sua agenda com momentos que ficarão guardados para todo o sempre na memória da sua família. Com uma rotina saudável todos só têm a ganhar.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Pegadinha


Algumas horas após Geovanna ter chegado da aula ela me perguntou:
- Mãe, sabe o que aprendi hoje na escola?
- Não. O quê você aprendeu filha? – respondi animada.
- Sabia que o rato vive durante 10 anos? – indagou .
- Sério?! Não sabia. - respondi admirada.
- Então, eles vivem tanto que se aparecer um filhotinho de rato aqui, ele só morrerá quando você  estiver com 17 anos, já pensou nisso? Ele fará parte da família. – disse em tom de brincadeira.
Ela continuou:
- Sabia que depois de 10 anos eles morrem, 10 anos depois eles vivem novamente e 10 anos depois tornam a morrer?
Sorri, e percebi que ela estava brincando. Então disse:
- Você me pegou! Mas, essa história de viverem por 10 anos é verdade?
Geovanna me olhou sorrindo muito e disse:
- Meu Deus! Você acreditou mãe?
Em seguida gargalhamos muito juntas. É... Ela me pegou!
Mas esse episódio aguçou a minha curiosidade para saber qual a expectativa de vida dos ratos. Descobri que eles podem viver aproximadamente por 3 anos. Menos mal, não é?
 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Diferente! Como?


Que eu não sou lá uma eximia cozinheira, isso não nego a ninguém. Costumo até brincar dizendo que não estou interessada em receber o prêmio de cozinheira do ano, pois sempre encontro alguém se referindo a alguma refeição preparada por mim que não tenha ficado tão saborosa como as  preparadas por outras pessoas, sobretudo, as que são preparadas por meu esposo.  Outro dia preparei uma carne, que sem dúvida alguma não é a minha especialidade, mas consigo fazer uma excelente moqueca, eu acho, né? A carne foi servida no almoço e Geovanna perguntou:
- Mãe, quem fez? 
Eu respondi que tinha sido eu, e ela foi logo dizendo:
- Sabia.
Quis compreender o motivo que a levara a ter certeza de que aquele prato tinha sido preparado por mim e perguntei:
- Por que sabia?
Ela respondeu:
- A que meu pai faz é diferente.
Diferente como? – quis saber.
Diferente –  foi o que ela respondeu.
Então eu disse:
- Entendi! A que o seu pai prepara fica melhor.
Prontamente ela respondeu:
- Mas a sua também é boa.
Claro! Deve ter acreditado que eu ficaria triste se ela afirmasse que sim, pois quando se refere aos pais as crianças não costumam dizer quem faz algo melhor, elas preferem que o placar marque sempre empate. Mas, em outro momento, conversando sobre o assunto, deixei-a à vontade para se expressar e, ainda que timidamente, ela acabou confessando:
- É. A carne do meu pai fica melhor, mas a sua também é boa. Eu gosto da sua pipoca, do seu arroz, da gelatina, do brigadeiro, do seu feijão... ainda bem que lembrou do feijão!
Posso até não ser muito boa na cozinha, mas depois de 12 anos acho que já estou bem melhor. Só preciso treinar mais. Mas, acreditem! Nos últimos dias tenho cozinhado com frequência e todos tem aprovado as refeições. Nem tudo está perdido, inclusive as minhas sobremesas ficam maravilhosas.
Vamos brincar um pouquinho? É simples. Basta você observar as fotos abaixo e descobrir qual foi o prato preparado por mim e qual foi preparado por meu esposo. Simples assim.





 
 
 
 
                                                                   Pavê de Chocolate
 Difícil? Acho que não.
Cada um tem o seu dom, e Geovanna me fez perceber que o meu, sem dúvida alguma, não é a culinária. Sei que ao fazer essa afirmativa algumas pessoas vão achar isso um horror, mas não fico com baixa auto-estima, pois sei que sou muito boa em outras áreas, que não culinária. Alguém me disse recentemente que é bom que todos saibam, assim quando vinherem me visitar já trazem a quentinha. Brincadeirinha!
 
P.S.: O pavê de chocolate da foto acima, ficou simplesmente maravilhoso. Tá bom! O peixe também! Mas não foi criação minha. A minha criação foi apenas o pavê.
 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Amor, proteção e medo


Criança gosta muito de batata frita, os adultos sabem que não é saudável o suficiente para que o consumo aconteça com frequência, mas uma vez ou outra cedemos e acabamos fazendo as tão amadas batatas. Em um desses dias estava cortando batatas para fritar, quando de repente Geovanna entrou na cozinha e disse:

- Oba! Batata frita!

-Deixa eu te ajudar a cortar?

Eu respondi que não podia. Obviamente ela não se conteve com a minha resposta, afinal ela quer saber o porquê de tudo. Embora tanta pergunta desenfreada canse aos adultos, que nem sempre tem resposta pra todos os questionamentos feitos pelos pequeninos, é importante essa curiosidade enquanto buscam compreender o mundo que os cercam a fim de que tenham mais interesse em realizar novas descobertas. Então, como era de se esperar Geovanna veio com outra pergunta:

- Por que não posso?

Eu disse que não podia, pois era perigoso para uma criança pegar em faca, podia se machucar. Quando ela crescesse poderia me ajudar.

Gegeo saiu da cozinha e alguns segundos depois retornou com uma cadeirinha de criança. Colocou-a do meu lado, subiu e disse:

- Pronto! Cresci. Estou quase do seu tamanho. Agora já pode me dar a faca.

A minha reação? Sorri muito. Além de ter atitude e muita criatividade achei super engraçado. Mas respondi:

- Não posso.

- Por que? – Continuou insistentemente.

Já disse que é perigoso – respondi.

Geovanna simplesmente olhou pra mim e disse:

- Hum! Medrosa!

Eu perguntei:

- E se você se cortar?

Prontamente ela respondeu:

- Eu coloco um band-aid e choro.

E não é que ela tem razão? Acho que é isso mesmo que acontece com as mães: MEDO, muito medo de que algo ruim aconteça aos seus pequetitos.  Inteligentes como são conseguem perceber. É um mix de amor, proteção e medo. Mas tudo isso é muito bom, vale a pena vivenciar.

 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Descobertas

Vivemos toda a nossa vida aprendendo, desaprendendo, reaprendendo, descobrindo, redescobrindo... enfim, somos seres inacabados, eternos aprendizes. E por falar em aprendizagem, isso nos remete a fase da primeira infância (período compreendido de zero a três anos) em que recebemos a base para as aprendizagens que construiremos por toda a vida. O que me faz lembrar a seguinte história:
 
Rebeca estava no banho quando percebi que ela olhava para as suas mãos virando-as vagarosamente de um lado para o outro. Colocava as mãozinhas sujas de sabonete debaixo do chuveiro e as observava. Apenas as observava atentamente, quando eu perguntei:
- O que foi Beca?
Sem hesitar ela respondeu:
- Água com sabão é muito interessante.
Eu indaguei:
- Como? E ela novamente respondeu:
- Água com sabão é muito interessante.
Por que? - perguntei curiosa. Ela apenas disse: - Porque é muito interessante.
 
Como qualquer mãe babona, achei a resposta incrível. Com apenas 3 aninhos ela não tem maturidade suficiente para explicar o motivo da água com sabão ser tão interessante, mas ela compreende perfeitamente que essa combinação é no mínimo curiosa, divertida, encantadora e digna de atenção, afinal, esses são sinônimos que encontramos para essa palavra. Minha pequetita estava apenas brincando, descobrindo e aprendendo. E tem coisa melhor que brincadeira de criança? As suas ainda estão guardadas na lembrança?

domingo, 30 de dezembro de 2012

Encantado Papai Noel

Quem não se encanta com o bom velhinho? As crianças então... Rebeca que o diga. Ao longo dos seus maravilhosos 3 aninhos teve a terceira oportunidade de visitar o Papai Noel. É, a terceira, pois no seu primeiro natal estava completando apenas um mês de vida.
Geovanna, minha filhota mais velha, já compreendeu quem é o Papai Noel, Coelhinho da Páscoa..., mas mantém esse segredo não revelando-o à sua irmãzinha e motivando-a a escrever carta para o Papai Noel, visita-lo, fazer o seu pedido etc.
Fomos levar as meninas para visitar o Papai Noel e Rebeca, que sempre ao se aproximar dele desistia  deixando Geovanna ir sozinha e apenas acompanhava de uma certa distância, resolveu se aproximar, mas não desceu dos meus braços. E olha que ela está pesadinha! Eu sentei ao lado do Papai Noel com ela no meu colo, e Geovanna sentou do outro lado. O Papai Noel primeiro cumprimentou Gegeu, perguntou o que ela gostaria de ganhar no Natal e logo após virou-se para falar com Bebeca. Nesse momento Rebequinha estava admirada com quem estava ao seu lado, talvez tivesse emocionada. Ela virou a cabeça para o lado esquerdo e assim a manteve por longos segundos. Papai Noel perguntou:
- O que você quer ganhar de presente?
Rebeca continuava na mesma posição. Ele insistiu algumas vezes com a mesma pergunta, como ela estava admirando-o e não o respondia, Papai Noel resolveu arriscar dizendo:
-Já sei, você quer uma Barbie não é? (Talvez essa seja a boneca mais pedida entre as meninas).
Bebeca confirmou balançando a cabeça positivamente. O Papai Noel deu um beijinho na sua bochecha e nós três nos despedimos, afinal a fila crescia.
Ao sair Rebequinha disse:
-Mãe! E agora? O Papai Noel me perguntou o que eu queria ganhar e não respondi. Ele disse que vai me dar uma Barbie. Eu não quero Barbie, quero uma batedeira.
Eu a tranquilizei dizendo que ela podia pedir ajuda a irmãzinha para escrever uma carta pra ele e assim não teria problemas.
Com muita surpresa e alegria ela disse:
- Mãe, Papai Noel deu um beijo na minha bochecha. Ele não é um Papai Noel, é um Vovô Noel.
Isso aconteceu 20 dias antes do Papai Noel fazer a entrega dos presentes. Claro que ela ficou ansiosa com a chegada desse dia. Querendo encontrar com o Papai Noel em casa.
No Natal, família toda reunida, aconteceu que o Papai Noel foi lá levar os presentes da criançada. No momento da sua chegada Rebeca estava dormindo. Tiramos uma foto do velhinho ao lado dela para que pudesse vê-lo. Depois que o Papai Noel foi embora, ela acordou. Mostramos a foto e ela ficou muito feliz com o presente que ganhou, e disse:
- Esse Papai Noel que veio aqui é magrinho, né?
 
Essa é uma fantasia de criança alimentada por nós adultos que ainda nos encantamos com os contos de fadas. Mas, no Natal o centro não é o Papai Noel e sim Jesus, que veio ao mundo, se fez homem, sofreu, sentiu dores, foi humilhado, crucificado, tudo isso por nós. Mas, ressuscitou e vivo com o Pai está. Só Ele é capaz de nos dar o perdão, maior amor não há. E essa história de amor as minhas filhas conhecem e sabem quem é o dono de toda a festa no Natal .É o dono das nossas vidas. A quem rendemos graças e louvores. É o salvador, maravilhoso, conselheiro, pai da eternidade e príncipe da paz. 
E o Papai Noel? Apenas um faz-de-conta de criança.